Estive pensando nesses últimos dias, mais exatamente nesse último mês sobre algumas coisas, mas somente agora tive tempo e, de certa forma, motivação e disposição para escrever.
Começo falando sobre uma das coisas que mais me intriga: o capitalismo. Não é somente por ele ser o atual sistema social, a atual estrutura do sociedade, mas por ele ter tanta força, capaz de abalar e moldar pessoas, grupos e atividades de acordo com a sua "vontade".
Vejamos: o mundo nos instiga a colocar nossas máscaras diariamente, sem se preocupar com quaisquer coisas, sem se preocupar com seu estado moral ou até mesmo emocional, mas e quando não der mais, quando nossas máscaras acabam e já não temos forças nem ao menos para forçar um sorisso ou fingir um sentimento inexistente? O que fazemos nesses momentos, nos quais não podemos mais seguir a hierarquia social, a qual pune todo aquele que se "opõe"? A atual sociedade não nos permite que exponhemos nossas fraquezas, aliás, esse mundo é para os mais adaptados, como diziam Charles Darwin com sua teoria do darwinismo social, as ideologias como o determinismo e muitos outro. Um demonstração clara e habitual é que ninguém responde que as coisas não estão bem, quando alguém pergunta "tudo bem?" ou "como vai?", o que fazemos é simplesmente seguir o ritual, nossas práticas remotas, não importando se isso se trata de hipocrisia ou de falsidade. E é nessas situações que somos impelidos a fazer o que o capitalismo nos impõe através de suas táticas e estratégias: viva o hoje, viva o agora sem se importar com o ontem ou o amanhã, esquece os problemas e as consequencias, aproveite a vida e todos os prazeres que ela apresenta, enfim o lema de hoje se baseia em Carpe Diem.
Impulsionados por esse lema, buscamos viver a vida de forma autêntica, saímos a procura da felicidade, mas a verdade é que quase tudo que encontramos nos trazem apenas alegrias momentâneas, as quais sempre irão exigir mais e mais de nós. Às vezes me pergunto se quando Shekespeare, quando escreve o texto Um Dia Você Aprende, Regina Brett, com suas 45 lições de vida e, também o autor de Everybody's free (to wear sunscreen) realmente entenderam o significado da vida. De certa forma, todos eles deixaram lições que valem a pena, mas são poucos os que realemente entendem a vida e, não sabemos se eles realmente entenderam. E diante de tudo aquilo que se ve hoje, pode-se dizer que você pode tornar o estudo o objetivo da sua vida, mas a realidade é que uma pessoa nunca poderá saber todas as coisas, dessa maneira, acabamos incompletos. Há também outras alternativas, como o esporte, sendo que há um limite devido ao seu fisico; o trabalho, mas esse acarreta sociais, muitas vezes familiares; a busca do dinheiro, porém quem participa dessa busca costuma entrar em um ciclo interminável: quanto mais se tem, mais se quer; ou você pode recorrer a alternativa mais fácil, aquela que muitos seguem: tentar viver conforme nossas vontades, ou aquilo que pensamos ser a nossa vontade.
Você pode perguntar: Aquilo que pensamos ser nossa vontade? Sim, isso mesmo. Repare e entenda. Hoje somos envolvidos diretamente por influências, sejam elas boas ou não, e mundo afora percebe-se que o mundo e diversas instituições também são afetadas. Peguemos a mídia, ela tem se tornado um objeto capitalista, sua importância se encontra na persuasão. Outro caso mais grave, tomemos como referências muitas das igrejas atuais, através das quais vemos hoje o que têm se tornado os cristãos: cristãos nominais! Dois dos maiores exemplos são os Estados Unidos, a maior nação cristã, mas que se tornou apenas nominais e, os católicos, pois muitas pessoas afirmam ser católicas apenas para não se dizerem ateus. O cristianismo está sendo banalizado, pois não são os dogmas, os rituais e os costumes que importam e, sim o padrão de vida demonstrado por Jesus, o qual se baseia no amor!
São esses e muitos outros fatos que demonstram a influência, cuja consequência de maior impacto é o abalo, as instrigas e os problemas que encontramos nos relacionamentos, sendo o mais preocupante de todos a deturpação do real significado do amor. Nos dias de hoje, confunde-se amor com paixão ou com a afeição por alguém. O preocupante são as consequências desse engano, pois vivemos pensando que amamos, principalmente quando comparamos o suposto amor vendido pela mídia com nossos sentimentos e, é por isso que hoje vemos tantos casamentos e relacionamentos, de todos os tipos, destruídos, porque hoje já não se ama de verdade, apenas se segue os impulsos que sentimos, se isso não é verdade, como explicar que antigamente casamentos que os conjuges não se escolhiam davam certo e, hoje com tantas alternativas e a possibilidade de escolha há tantos problemas familiares?
Quando olho para essas coisas, principalmente, e muitas outras, me sinto incapaz, às vezes fraco não somente por não querer seguir tudo o que me é imposto, mas principalmente pelas pressões que me cercam de todos os lados, não somente porque aqueles que querem seguir algo diferente sofrem uma certa "punição" por parte da massa, mas pelo fato de até mesmo quem não segue querer "punir". E como se isso não se bastasse, no âmago do meu ser, sinto uma agonia crescente, talvez por causa dos meus maiores pesadelos e dos meus medos colossais e, é nesses momentos que clamo a Deus para que eu volte a ser meio robótico, legalista, mas sei que isso não irá acontecer, pois se ele colocou pessoas para mudar essa minha antiga característica, ele não a refaria.
E no meio de tantos paradoxos, mesmo com um coração quebrantado, encontro duas alegrias que me dão forças: poder alegrar verdadeiramente (poder faze alguém feliz) e Cristo Jesus, meu Senhor e Salvador, com quem posso contar para toda e qualquer situação. E apesar de todas as contradições, é desse contra-senso que quero viver.